André Henriques (Linda Martini)

“Conheci o trabalho do Cândido quando os Linda Martini tocaram com Dead Combo no Eléctrico da Antena 3. Fiquei maravilhado com o som e a estética de uma guitarra que ele tinha construído para o Pedro Gonçalves. Uns tempos depois mandei-lhe mensagem; estava prestes a começar a gravação do meu primeiro disco a solo e tinha em mente um som e uma guitarra que ele poderia materializar. Era tudo muito em cima, o tempo não jogava a nosso favor, pelo que decidimos adiar e fazer uma coisa com pés e cabeça.
Um par de anos depois, voltámos a cruzar-nos num concerto e o assunto veio de novo à baila. Ia começar a produção do meu segundo disco e, embora o tempo estivesse de novo contra nós, metemos mãos à obra. Ainda por cima a empreitada não era fácil: uma clássica de pequeno formato (escala 7/8) que seria para afinar um tom abaixo. Dado que a guitarra é tão curta, tivemos que experimentar até termos o encordamento certo para a intonação e o timbre que procurávamos.
O processo foi lindo. Todas as semanas recebia fotos novas da oficina para a escolha das madeiras e componentes e podia acompanhar, mesmo que à distância, o andamento dos trabalhos.
Hoje posso dizer que ganhei um amigo, ou pelo menos um gajo com quem gosto de almoçar, coisa rara de se ganhar depois dos 40, e a guitarra mais bonita e prazerosa de se tocar.”